"Meu avô materno nasceu no interior do Libano, perto da fronteira com a Síria, em 1928. O nome do me avô era no então Raffur Elias Yussef Aun, filho de Fares Aun e Malak Said Aun, falecidos no Líbano mesmo. A familia Aun era cristã católica mesmo. Meu avô se formou em Direito lá no Líbano, e passou a viver em Beirute e numa situação relativamente estável. Além disso , ele lecionava aulas de francês.
Meu bisavô, pai de minha avó materna era primo de 1º grau dele. Seu nome era Paulo Said, sobrinho da mãe de meu avô. Paulo casou-se no Líbano com Sawah Bichara,e mudaram-se para o Brasil, mais precisadamente em Indaiatuba, no ano de 1936. Viviam a principio uma vida difícil, mas foram melhorando. Por volta de 1940, minha bisavó estava grávida de minha avó, e nesse tempo, um primo meio distante cujo nome não sei, veio morar junto, pois ele era "mascate", só que meu bisavô sempre foi obcecado por dinheiro e ele achando que esse primo era rico, o matou e o degolou na hora do café da manhã, mas imediatamente a policia o pegou e o prendeu. Minha avó, Haydeh Said, nasceu enquanto meu bisavô estava na cadeia. Uns anos depois ele foi libertado e com o tempo comprou um sitio e lá trabalhou para o sustento familiar. Por volta de 1955, ele e meu avô começaram a trocar cartas, e meu bisavô disse que ele era milionario e minha avó era linda. Meu avô veio, pois a situação no Líbano segundo ele, estava caotica. Quando chegou, ele se decepcionou, pois ele era meio pobre e minha avó embora fosse bonitinha, não era aquilo que meu bisa disse.
Meu avô quis fugir, só que meu bisa o ameaçou de morte, Foi obrigado a casar-se e isto se realizou em 1957. Minha avó tinha 16 anos e ele 29. Em 1958 nasce meu tio, Chafic José Aun, mas nasceu com epilepsia e frequentemente dava convulsões nele e em 1960 nasceu minha mãe, Badiha Rita Ma Fares Aun. Esse lance do Rita, foi que na hora de por o nome, minha avó queria um nome de origem brasileira e meu avô de origem árabe, e aí ficou Badiha Rita ehehehe. Anos depois meu avô se naturalizou, mudando seu nome para Rafael Elias José Aun, equivalente ao seu de origem. A principio, meu avô era muito desgostoso da vida, pois sabia que abandonou uma carreira de advogado lá para trabalhar na roça aqui. Não sei se o diploma era válido ou não, mas mesmo se tentasse, seu sotaque o atrapalharia, pois um advogado tem que falar um portugues quase que perfeito.
Em 1981, minha mãe casou-se com Heleno de Oliveira Roberto, vindo de Londrina, PR.Ela é professora, formada em magisterio desde 1979, ele também Pedagogo. No ano seguinte teve um filho, Vítor, que faleceu com 10 meses de idade. meu avô Rafael odiava meu pai e até hojé nao se sabe direito o porquê. Em 1984,meus pais se mudaram para Londrina e lá eu nasci, mas em 1986, eles voltaram para cá. Em 1992, meus pais se separaram, pois eles brigavam muito e nesse meio tempo, meu tio Chafic morreu misteriosamente. O laudo diz que deu uma convulsão forte e causou sua morte, mas minha familia acha que ele foi assassinado.
Meus avós ficaram muito deprimidos com isso. Meu avô, que ja tinha problemas de saude, piorou aos poucos, até seu falecimento em 2001. Lá se foi o famoso "turquinho" como era conhecido. Ele foi ate um dos fundadores de um jornal na decada de 70, na epoca um jornalzinho fulero. Mas muitas pessoas importantes na cidade foram em seu velorio e até hoje ele nos deixa muitas saudades."
Bem, essa foi a historia, não sei se o certo é Aun ou Aoun, pois há esse sobrenome, dizem que é mesma coisa, ou que Aun é um registro errado, pois meu avô contava que quando ele chegou, erraram seu sobrenome, algo assim.
Bem espero que tenham gostado da Historia....
Todo texto acima foi enviado por Marco Antonio Aun de Oliveira Roberto
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